A sentir a primavera

A primavera já chegou há um mês atrás!

Sou testemunha do despertar do sono invernal da terra, dos dias cada vez mais longos, das temperaturas mais amenas.

Com o maravilhamento nos olhos e a respiração renovada, acompanhei os primeiros movimentos primaveris.

Vi as folhas das árvores a desenrolarem os seus minúsculos casulos numa pressa e exultação crescente até encherem de verde as copas das suas hospedeiras. Vi os pequenos malmequeres, as campainhas e as papoilas a encherem de branco, amarelo e escarlate os campos em marca de água verde resplandecente!

Por todo o lado senti o renascimento  a preencher o vazio aparente do inverno numa agitação febril e incontida e, embora isso aconteça todos os anos, dei por mim a ficar em êxtase e com vontade de acompanhar internamente essa exaltação!

Apaixonei-me de novo pela vida e pelas minhas criações, porque o tempo da primavera inspira-me a acreditar que, tal como as árvores, também eu posso mudar, encher e reverdecer  os meus  galhos nus e agrestes com novas ideias, novos relacionamentos e novas perspectivas.

Conquanto a Primavera já tenha chegado há sensivelmente um mês atrás, lembrei-me que poderia eu e poderíamos todos  inspirar-nos no nascimento/renascimento que ela simboliza e realiza, para fazermos uma  lista.

Uma lista das tantas possibilidades que imaginamos para nós e enterrar essa lista  na terra, entregando as sementes férteis do nosso querer ao solo fértil, que sabe guardar o que lhe é confiado e esperar pelo momento certo para o seu desabrochar e manifestação!

Fica o repto!

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