Libertar o papel de zelador/a emocional

Nós não somos responsáveis pelas emoções das outras pessoas. Somos unicamente responsáveis por nós mesm@s.

Libertar-nos do papel de zelador/a emocional dos outros é um presente para nós mas também para os outros, mesmo que eles possam protestar quando confrontados com a necessidade de terem de volta a responsabilidade que tinham colocado em nós.


Por um lado, há custos em se ser @ zelador/a emocional, tais como cansaço e solidão. Mas há também efeitos colaterais dos quais temos que estar disposta@s a abdicar, como a sensação de controlo e de que somos necessári@s ou valorizad@s.

James Hollis, analista junguiano e autor, diz que o principal desafio em todas as relações, seja entre pais e filhos, ou entre parceiros de vida, é o de honrar a “individualidade” do outro.

 O que é que isto significa?

  • A coragem de assumirmos a grandeza da nossa própria jornada sem pedir aos filhos ou parceiros que a carreguem por nós.
  • A capacidade de honrar o “outro” na sua “individualidade”.

Parece paradoxal que a verdadeira intimidade seja realmente possível quando possuímos totalmente a nossa própria individualidade e devolvemos ao “outro” o direito de ser completa e totalmente responsável por si mesmo.

À medida que somos don@s do nosso poder e nos libertamos do papel de zeladores emocionais, libertamos também os outros para assumirem o seu próprio poder.

Relacionamentos saudáveis são assentes num equilíbrio geral de dar e receber apoio emocional, de partilha mútua e de ouvir.

Quando queremos viver com autenticidade, as relações que na nossa vida são as mais desequilibradas serão desafiadas a entrar em equilíbrio.

Às vezes, no processo do desapego dos papéis desactualizados que temos desempenhado nas nossas vidas podemos sentir como se estivessemos a morrer, porque certos aspectos nossos estão a morrer, e outros mais autênticos, mais verdadeiros estão a surgir.

É preciso coragem e  bravura para o nascimento em nós mesmas desta autenticidade, separando quem realmente somos dos padrões culturais e papéis que nos foram sendo impostos ao longo do caminho.


Alguns exemplos de como nos libertarmos do papel de zelador/a emocional:

. Não ir a correr para “resolver” os problemas ou “consertar” o sofrimento dos outros. Em vez disso, ficar apenas presente junto deles;
. Saber quando parar de tentar de nos explicarmos para as pessoas que não estão empenhadas em ouvir o que temos a dizer;
. Deixar que os outros tenham as suas perturbações, em vez de nos apressarmos a ir confortar, explicar ou pedir desculpas;
. Deixar para trás pessoas e situações quando é claro que elas não servem o nosso bem maior;
. Arriscar a desaprovação externa para fazemosr as escolhas que sabemos, no nosso coração, que estão certas;
. Definir limites com pessoas ou situações que querem mais do nosso tempo e energia do que aquele que estamos dispost@s a dar;
. Amar e validar o nosso corpo, ideias, sentimentos, mesmo quando as outras pessoas não são capazes de nos apoiar por causa das suas próprias feridas.


Bethany Webster

Traduzido por IC / SM

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