Em todos os momentos da nossa existência somos chamados a fazer escolhas. Umas, fazêmo-las de forma consciente, outras inconscientemente. Estas últimas, porque delas não temos consciência, nem as percepcionamos como escolhas. Simplesmente agimos ao sabor de reflexos condicionados.
É sobretudo quando somos colocados perante decisões cruciais, com mais do que um caminho como opção, que nos perguntamos sobre qual o melhor caminho a tomar.
Nos Ensinamentos de Don Juan, o mestre aconselha o discípulo Castaneda a seguir o que o coração sente.
“Este caminho tem coração? Se tem, o caminho é bom; se não tem, o caminho é inútil. Nenhum dos caminhos leva a alguma parte; mas um tem coração, o outro não. Um proporciona uma jornada cheia de alegria; enquanto o seguires, ele e tu são um só. O outro far-te-á amaldiçoar a tua vida. Um torna-te forte; o outro enfraquece-te.”
Não obstante, escolhas são feitas sem que o coração seja consultado, sempre que no subterrâneo da psique morem desejos de ambição ou o medo.
Mau grado, essas escolhas acabam inevitavelmente por resultar em jornadas que não preenchem os vazios da alma.
Escolher um caminho com coração é perceber intuitivamente a verdade independentemente da aparência das coisas. O pensamento lógico pode ser um excelente auxiliar mas não sabe o que nos é valioso do ponto de vista intangível, o que nos proporciona um sentido, um propósito com significância.
Então, fazer escolhas com coração é sermos fiéis a nós própri@s; é fazer escolhas baseadas no amor/ consciência. E é este amor/consciência que permite reconhecer que há perfeição por detrás da imperfeição das circunstâncias, dos acontecimentos.
E, perante a imperfeição aparente dos acontecimentos, o caminho com coração requer Coragem e Confiança.
A coragem de de dizer NÃO ao que não nos preenche. A coragem de dizer NÂO ao medo de criarmos vazios na nossa vida. A coragem de dizer NÂO ao medo do que poderá vir depois.
A confiança de viver na insegurança perante o desconhecido e permitir que a vida se desenrole.
Há alturas desafiantes na nossa vida. Há situações que nos esmagam e oprimem. Há momentos em que parece ”perdermos o pé”. E é quando mais precisamos de consultar o coração, porque como dizia Blaise Pascal
O coração tem razões
Que a razão desconhece.
Perante uma escolha, Deepak Chopra aconselha o seguinte:
“Sempre que fizer uma escolha pergunte duas coisas a si mesmo:
Quais são as consequências desta escolha que estou a fazer?
A escolha que estou a fazer trará alegria, a mim e aos que me rodeiam?”
O universo, na sua perfeição, tem um mecanismo que nos ajuda a fazer espontaneamente as escolhas correctas e esse mecanismo encontra-se ligado às sensações do corpo. Sensações de conforto e sensações de desconforto surgirão como resposta à pergunta: Se eu escolher isto, o que vai acontecer?
O coração permite-nos fazer escolhas espontâneas correctas para nós e para quem nos rodeia.
O processo é este: pedimos conselho ao coração
Se eu escolher ……., o que vai acontecer?
e damos atenção à mensagem de conforto ou desconforto, que o coração emite. Se for uma mensagem de conforto, estamos perante a escolha correcta. Se a escolha significar desconforto, a escolha é errada. Paramos e observamos as consequências da nossa acção.
O coração é intuitivo. Apenas ele sabe a resposta correcta.