Eu sou a mulher
a quem a idade já ensinou
a olhar a ausência,
a preencher vazios,
a dar luz às sombras
e a amar a vida porque sim.
Eu sou a mulher que,
tendo passado por desafios,
sabe no mais fundo de si
que pode suportar dores
e viver sem necessidade
de provar seja o que for,
procurando viver
sem comprometer a dignidade
a dizer sim quando é não,
que é capaz de ver bênçãos
no bom e no mau,
que acredita que a beleza é mais
um estado de espírito,
um brilho nos olhos,
uma serenidade apaixonada,
um sorriso misterioso
do que corpos de linhas perfeitas.
Eu sou a mulher
que acredita numa força imanente
que a liga, na sua humanidade,
à transcendência do sagrado
e que aprendeu a respeitar e honrar
a sabedoria antiga.
Sou a mulher que se abre ao novo
e que, mesmo assustada,
se atreve no desconhecido.
Sou a mulher que quer a mente curiosa
e o coração sábio,
que sempre dá as boas-vindas ao Amor
e que sabe
que o momento não é depois.