Que luz? A do Sol astro? A do Sol do Zodíaco? A do meu Sol interno ? A do teu?
Se olharmos pela janela percebemos que hoje o sol está escondido. E sabemos que hoje começa o Inverno, que esta é a noite mais longa do ano e que o sol entra em Capricórnio.
Porém, paradoxalmente, com o frio e a geada a fazerem cama, o vento a fustigar, a neve a queimar pés desagasalhados, vem também a luz, esse pontinho brilhante que ainda mal se vislumbra mas que sabemos irá crescer gradualmente, após três ou quatro dias de aparente pausa (sim, que o Deus Sol também merece pousio) e que, a cada dia a luz diurna se alongará mais e mais. E que depois virá o calor. De mansinho.
É que, (relembrando a tradição druida), o Rei Carvalho venceu o combate com o Rei Azevinho, garantindo a vitória da luz sobre a escuridão. E ele irá reinar até ao solstício do verão, onde cederá de novo (no auge dos dias claros!) o seu reino ao Rei Azevinho que vai trazer de novo a escuridão.
Então, ainda que os dias, como o de hoje, se volvam cinzentos, sobrepojados de nuvens de sombra e água, a LUZ já lá está. Invisível ou pouco visível mas presente.
E a Deusa anciã, guardiã do mundo subterrâneo, transforma-se na mãe que dá à luz o seu filho solar.
Vários são os deuses solares de várias culturas que eram celebrados neste solstício e terá sido pela força que essas comemorações tinhamno seio popular que a Igreja Católica escolheu essa data (21+ 4 em que o sol está parado) para celebrar o nascimento de Yeshua.
Se estivessemos no Antigo Egipto estaríamos a comemorar o renascimento do deus solar Ra e diríamos que as lágrimas de Ra nos estavam hoje a abençoar. Ea chuva deixaria de ser tema de desconforto para ser motivo de agradecimento.
Já se estivessemos em plena era imperial romana, estaríamos a celebrar Saturno nas ditas festas libertinas da Saturnália.
Tão ecuménico é o YULE!
E, por conter em si a semente da luz, este é momento para nos perguntarmos que luz queremos ver crescer em nós. Que Sol queremos alimentar? (lembram-se da história dos dois lobos?)
Eu sei qual é. Quero aquela Luz, aquele Sol que mantém tudo aquilo a que o meu coração já se abriu e que tenha o potencial para expandir a parte que ainda, futivamente, se esconde. A que me orienta os passos no sentido do que quero criar, mas sem as palas das mulas do Alentejo. Porque quero desfrutar do caminho!
Os céus astrológicos andam cheios de propostas! Eu, que não sou astróloga, não me quero meter por aí a falar desses desafios e promessas.
Só quero sentir o que até mim vem. E, sincronicamente, a Lua Cheia que ainda se faz sentir (plenilúnio 2 dias antes do solstício) iluminou-me situações, tornou-me mais claras intenções de mim para mim, de mim para outro@s, e de outr@s para mim.
Que a Luz e o Sol me/te/nos iluminem! Assim nós queiramos e deixemos!